domingo, 31 de maio de 2009

O «cromo do dia» - Walsh

Michael Anthony Walsh nasceu em Chorley Lancashire (Irlanda), a 13 de Agosto de 1954. Este avançado irlandês foi muito útil ao FC Porto durante aquele período de dois anos em que Fernando Gomes representou o Sp. Gijón.
Walsh era um jogador fisicamente robusto e com excelente jogo de cabeça, ou seja, era um típico avançado britânico. Este ex-jogador do FC Porto possuía algumas semelhanças físicas com outro avançado irlandês do seu tempo, o conceituado John Aldridge.
Walsh tinha 19 anos quando iniciou a carreira profissional no Blackpool (Inglaterra). Depois do FC Porto, este foi o clube que o avançado irlandês mais tempo representou, 5 épocas. Também foi ao serviço deste clube britânico que se tornou um inesperado goleador, chegando mesmo a ser um dos melhores marcadores da segunda liga inglesa quando, em 1976/77, marcou 26 golos com a camisola do Blackpool. Essa foi a melhor época da sua carreira, que lhe valeu, dois anos depois, a transferência para o histórico Everton, onde chegou com um excelente cartão de visita: 72 golos marcados em 180 jogos pelo Blackpool.
Uma curiosidade: em 1974/75, venceu o prémio "Goal of the Season", instituído por um programa da BBC sobre futebol, o 'Match of the Day'. Walsh marcou o mais belo golo da época numa vitória do Blackpool sobre o Sunderland, por 3-2.
No entanto, as coisas no Everton não lhe correram tão bem (marcou apenas 1 golo na 'Premier League'), acabando por regressar à segunda liga inglesa para representar o Queens Park Rangers.
Estávamos em 1979 e essa foi a última época de Walsh no futebol britânico. No Verão de 1980, surgiu o convite do FC Porto, que levou Walsh, já com 25 anos, a deixar a Inglaterra. Com a saída de Gomes para Espanha, o Presidente Américo de Sá sentiu necessidade de contratar um jogador conceituado que fizesse esquecer o «eterno nº 9». O avançado irlandês tornou-se assim a grande contratação do FC Porto versão 1980/81, acabando por permanecer nas Antas durante 6 épocas. Logo na primeira época ao serviço do FC Porto foi o melhor marcador da equipa, com 14 golos, e terminou o campeonato como 3º melhor marcador da prova, atrás de Nené (20 golos) e Jacques (17 golos). Nesse ano, o avançado irlandês foi, ao lado de Romeu e Costa, um dos eleitos de Hermann Stessl para a frente de ataque do FC Porto (que foi 2º classificado no campeonato, a 2 pontos do Benfica). No entanto, e apesar do técnico austríaco se ter mantido na orientação da equipa, Walsh teve menos oportunidades de jogar no «onze» titular do FC Porto na época seguinte, isto porque Jacques trocou Braga pelo Porto e acabou por ser o avançado que Stessl privilegiou durante toda a época 1981/82 (marcou 27 golos!).
Em 1982/83, e já com Gomes e Pedroto de regresso ao FC Porto, Walsh acabaría por fazer a sua melhor época nas Antas. O irlandês e o Bi Bota d'Ouro foram os dois homens que Pedroto mais utilizou no ataque, acabando essa parcería por ser das mais rentáveis de sempre da história do clube. Os dois juntos marcaram 51 (!) golos nesse campeonato nacional (Gomes marcou 36 golos e Walsh marcou 15), ainda assim uma marca que não possibilitou a conquista do título (o FC Porto foi 2º classificado a 4 pontos do Benfica de Sven-Goran Eriksson).
Essa foi a última época em que o avançado irlandês foi utilizado com regularidade no «onze». No ano seguinte, Walsh ainda conseguiu ser o 2º melhor marcador da equipa, com 9 golos, mas José Maria Pedroto e António Morais apostavam mais no trio Jacques-Gomes-Vermelhinho. Ainda assim, o avançado irlandês acabou por ficar associado a um golo histórico, talvez o mais importante da sua carreira. O FC Porto disputava os Quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças, frente ao Shakthar Donetsk, e Walsh acabou por ser o herói do jogo da 2ª mão, ao apontar o golo do empate do FC Porto nessa partida. Depois do 3-2 das Antas, o FC Porto esteve fora da competição até aos 72 minutos de jogo, altura em que Walsh empatou a partida. Depois, seguiu-se o Aberdeen e a final de Basileia, contra a Juventus (Walsh participou nessa partida depois de substituir Jaime Magalhães, aos 64 minutos de jogo). A nível internacional, também merece destaque o golo que marcou à Roma (de Bruno Conti e Nils Liedholm), na Taça dos Vencedores das Taças 1981/82. O FC Porto eliminou os italianos com uma vitória nas Antas, por 2-0 (Walsh, aos 41', e Costa, aos 46'), e um empate no Olímpico de Roma (0-0).
Depois da final de Basileia, e já com 29 anos, Walsh ainda permanecería no FC Porto durante mais 2 épocas. Em 1984/85 e 1985/86, o fabuloso naipe de jogadores que Artur Jorge dispunha na frente de ataque (Gomes, Futre, Jacques, Vermelhinho, Madjer, Juary...), não lhe permitiu participar em mais do que 17 jogos nesses dois campeonatos, quase sempre como suplente utilizado.
Ainda assim, contribuiu com 4 golos para a conquista desse bi-campeonato, que marcou o regresso do FC Porto às vitórias na Liga depois dos títulos com José Maria Pedroto.
No FC Porto, Walsh venceu 2 campeonatos, 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça Cândido de Oliveira.
O avançado irlandês também foi internacional pelo seu país em 21 ocasiões (marcou 3 golos). A sua carreira na Selecção ficou marcada pelo golo apontado à União Soviética (URSS), em Setembro de 1984, que garantiu uma preciosa vitória (1-0) na qualificação para o campeonato do Mundo do México.
Walsh deixou o FC Porto com 31 anos, mas continuou em Portugal nas épocas seguintes, em representação do Salgueiros, do Sp. Espinho e do Rio Ave.
Outra curiosidade: o irlandês também foi notícia fora dos relvados, depois da esposa dar à luz 4 gémeos!
Actualmente, Walsh é agente de jogadores. Ouvimos falar dele recentemente, quando surgiram notícias na imprensa portuguesa que o associaram á ida de Jardel para o Bolton. Em cima, na foto, Walsh surge num «onze» do FC Porto da época 1980/81.
Em cima (da esq. p/ dta): Walsh, Gabriel, Simões, Freitas, Romeu e Tibi;
Em baixo (da esq. p/ dta): Sousa, Albertino, Frasco, Teixeira e Lima Pereira;

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